Depois de alguns rumores, a Microsoft anunciou a aquisição da empresa de busca semântica Powerset. O valor do negócio não foi divulgado, mas fontes do site Techcrunch afirmam que seja realmente em torno de U$100 milhões.
A Powerset lançou no começo de maio a sua busca semântica para a Wikipedia (em inglês). Através dela, é possível fazer buscas na enciclópedia usando linguagem natural. Por exemplo, para saber o nome do primeiro homem a andar na lua, você pode fazer a consulta: “who was the first man to walk on the moon?”.
Do outro lado, a Microsoft não enfrenta um bom momento com seus negócios na Web. Depois da novela e subsequente fracasso (até agora) na compra do Yahoo, a máquina de busca Live Search parece enfraquecida e sem perspectiva contra as gigantes da busca, Google e o próprio Yahoo. Neste contexto, a Microsoft mirou numa possível esperança: Powerset.
Há algum tempo ouve-se que a busca semântica e o uso da linguagem natural irão substituir a nossa tão conhecida busca por palavras-chave. O Powerset, realmente possibilita consultas mais intuitivas e fáceis em muitos casos, mas também possui alguns contras.
Os custos operacionais para indexar “semanticamente” toda a Web são gigantescos, com os quais talvez nem a Microsoft seja capaz de arcar. Além disso, é fato que mais de 50% das consultas feitas em máquinas de busca têm menos de 3 palavras-chave, o usuário irá se acostumar a escrever frases nas consultas? E por fim, a principal dúvida é se a tecnologia semântica da Powerset pode oferecer tanta relevância nos resultados quanto o Google faz para toda a Web.
Com a compra pela Microsoft, a Powerset ganha uma chance de brilhar, mas ainda é muito cedo para saber como a Microsoft vai usar a tecnologia semântica, se irá incluí-la no Live Search ou se mudará completamente o foco de sua máquina de busca.
Será essa nova empreitada da Microsoft bem sucedida? Isso quem irá decidir são os usuários. Fazer alguém parar de usar Google, com certeza, não é nada fácil.
11 comments
O uso da linguagem natural na consulta é muito relativo, e com certeza não possui vantagens relevantes em relação a máquinas de buscas “comuns” como a do Google e Yahoo.
E mesmo assim, as palavras mais importantes (relevantes) para a consulta estão presentes na mesma, do mesmo jeito tanto na linguagem natural quanto por palavra-chave. No final, dá na mesma coisa, pois os algoritmos usados por máquinas de busca por palavras-chave famosas, com certeza são projetados para suportar consultas de variados tipos.
Qualquer dúvida, é só fazer a consulta contida no post: “who was the first man to walk on the moon?”. O segundo resultado do Google é o artigo do Wikipédia sobre Neil Armstrong.
É guilherme, apesar de ser interessante brincar um pouco com o Powerset, eu particularmente não consegui achar alguma busca que não funcionasse razoavelmente no google (usando apenas o site da wikipedia)
Abraço
Se fosse o Google que tivesse adquirido a PowerSet vocês diriam que foi um bom investimento, que tornaria as buscas do Google mais completas, ect. Mas como foi a Microsoft vocês malham o pau. Não sou nehum fã da MS, muito pelo contrário, mas tentem ser um pouco mais imparciais.
=)
Opa Otávio.
Eu não acho que a gente “malhou o pau” na aquisição da Microsoft. Muito menos se fosse da Google a gente ia falar bem.
Busca semântica AINDA é algo MUITO desconhecido. AINDA é um tiro no escuro. Em nenhum momento afirmei que seria uma fracasso, muito pelo contrário. Acredito que o destino da busca semântica recai na condição de os usuários aceitarem ou não um novo paradigma, uma nova forma de fazer buscas na Web.
Agora, fato é fato. Indexação semântica é MUITO CARA. O processamento pra buscar na Wikipedia já deve ser muito alto. Na Web toda deve ser algo estrondoso. Isso é realidade. Como o pessoal da Microsoft vai resolver isso, nós não sabemos.
Pra fechar, Google já afirmou que não vai e não quer investir nessa história de busca com linguagem natural, por que eles acreditam que não vá dar certo. Opinião deles, tudo bem. Grandes empresas já erraram antes.
Abraço, e obrigado pelo comentário!
Otávio, em nenhum momento o Felipe favoreceu a discussão para o lado do Google. O que se pode analisar atualmente é que o serviço ainda não funciona como deveria(em teoria).
Ainda é muito cedo para analisar qualquer coisa pois estamos falando de uma nova tecnologia que, se depender dos recursos da Microsoft, pode colocar o PageRank de volta a fase de desenvolvimento.
A meu sentir, a compra da PowerSet foi a melhor coisa que aconteceu à Microsoft neste ano. Certamente, vai ser muito boa para acirrar a concorrência, porque vai obrigar à Google e à própria Yahoo! melhorarem seus resultados de busca (talvez até no caminho das buscas semânticas). Para a competição na Internet, acho que o negócio foi o ideal, porque levou a tecnologia certa, para a empresa, que mais está precisando, neste momento, de crescimento de mercado. Se algo pode barrar um monopólio orgânico da Google, isto é um crescimento da Microsoft ou da Yahoo. E neste sentido, a melhora das buscas da Microsoft faz todo sentido.
Abraços,
Rômulo
Concordo com o Otávio Müller, pessoal torce muito contra a MS.
Quero mais é que a Google tenha um, dois ou mais concorrentes à altura, por que de um jeito disfarçado o Google está monopolizando a web.
Quem sai ganhando com toda essa concorrência é o internauta.
Acho que o maior problema de busca semântica é cultural. Um simples exemplo seria a busca perguntando: “Qual foi o maior jogador de futebol de todos os tempos?”. A resposta mais correta seria Pelé. Mas será que os argentinos concordarão com isso? Uma coisa é busca por palavra-chave e mostrar a relevância. Outra bem diferente é uma determinada resposta a uma pergunta. Isso vai ser um pouco complicado de ser resolvido.
bem, se isso ajudar a encontrar resultados com alta relevancia… as pessoas irão sim escrever frases etc…
Aprendemos a digitar palavras jogadas no google pq. encotramos com mais facilidade…
Mas se o resultado foi diferente comparando: “batman filme” para “último filme do batman”!
Fazemos isso alegremente!!