Desde 2001, quando adquiriu a Deja e formou o Google Grupos, a Google vem comprando muitas empresas. O ponto máximo foi o ano de 2007, quando foram feitas 16 investimentos, entre incorporações e participações minoritárias. No entanto, ao se iniciar a crise na economia dos Estados Unidos, que se espalhou para o mundo, subitamente, ela deixou de procurar crescer por meio de aquisições, mesmo mantendo um bom ritmo de crescimento orgânico.
Hoje, procuraremos refletir com vocês acerca das razões, que levaram a esta paralisação nas aquisições e tentar descobrir até quando esta estratégia perdurará.
Quando se iniciou a crise econômica norte-americana, em novembro de 2007, a Google havia acabado de comprar a Jaiku (09/10/2007). Depois disso, houve apenas a conclusão da compra da DoubleClick, uma operação iniciada em 13/04/2007 e somente terminada em março deste ano.
O pagamento das ações da DoubleClick e sua integração à corporação Google, aliado ao difícil momento econômico, com o despencar das ações nas bolsas de todo o mundo, a elevação dos preços dos combustíveis, a quebra de bancos e a inflação de alimentos, formaram um caldo de cultura propício que a Google colocasse o pé no freio das aquisições, para agradar aos investidores.
No entanto, os resultados contábeis de dezembro de 2007 e de março de 2008 foram bastante positivos, dentro desta situação toda. Assim, se nada mais tivesse acontecido, as compras já poderiam ter reiniciado, visto que a crise não atingiu muito os resultados da Google. Em outras palavras: ela continua lucrativa e em crescimento.
No entanto, no meio deste período, uma bomba atómica foi atirada no Vale do Silício: a Microsoft fez oferta pública de compra da Yahoo. Isto, certamente, mudou a estratégia de todas as empresas do ramo e, no caso da Google, deve ter feito seus executivos colarem o pé no freio. Afinal, precisavam ver como o panorama iria se consolidar, para, somente depois, definir a nova estratégia da empresa.
Neste mês, a Google firmou um acordo de publicidade com a Yahoo. À primeira vista, ficou parecendo que a compra da Yahoo estaria inviabilizada e, portanto, a Google poderia voltar a comprar empresas em breve. No entanto, isto não parece certo. Somente após 1º deagosto, quando houver a reunião dos acionistas da Yahoo!, é que saberemos se a guerra terá acabado.
É muito difícil entender os movimentos estratégicos de uma grande corporação transnacional, notadamente quando ela trabalha envolta em um manto de segredo como a Google. No entanto, parece que ela deixará duas tsunamis, para, somente depois, voltar à compras:
- a crise econômica dar sinais de estar se reduzindo (o que parece estar perto de se consolidar);
- a situação da Yahoo! se firmar.
Depois disso, qual seria a primeira empresa a ser adquirida?
Esta pergunta é impossível de ser respondida com certeza. No entanto, há muita gente apostando que já está mais que na hora da Google comprar a Salesforce. E por falar em Salesforce, esta semana, diga-se, deve anunciar mais um pacote de integração com os produtos Google, o que muitos estão lendo como mais um passo para a incorporação.
Por final, é importante que se diga que, se hoje o carrinho de compras da Google está vazio, nada indica que o apetite da gigante é menor que o de 2007. Então, quem sabe no segundo semestre?…
2 comments
Eu não tinha parada para pensar nisso, o Google teve sua grande arrancada na bolsa quando suas ações dispararam e deixaram até a faxineira da empresa rica.
Com a crise as ações sobem menos, não é o melhor momento para comprar e volorizar papeis na bolsa.
Muito bom.
Nossa… Interessante a capacidade de se escrever tanto e não dizer nada. Rômulo, ao que parece, não consegue estabelecer uma relação causal, só lavanta dúvidas e as hipóteses são colocadas, desde início, como meras possibilidades. Como se diz que o Google não comprou como estratégia frente à crise sendo que, ele mesmo, demonstrou que essa relação é imprópria? Onde está a evidência dessa estratégia? E o que dizer sobre a microsoft e dell, entre outras, que compraram empresas , ou ao menos procuraram comprar, nesse mesmo momento?