Acabo de ler no blog Tecnocracia um ótimo post assinado pelo Manoel Netto, sob o título MacBook Air. Apple dá o primeiro passo para a extinção da mídia física. Neste artigo, em uma ótima análise, demonstra que Steve Jobs novamente se adiantou ao seu tempo, ao lançar o hardware que ditará os caminhos da indústria de micros nos próximos anos. E este caminho, conforme bem demonstra Manoel Netto, é wirelles e com manutenção de cópias de segurança na Web. Daí a desnecessidade de gravadoras de CDs e DVDs.
Podem acreditar: este caminho não tem volta.
Discordo apenas quando ele diz que a briga entre os padrões BlueRay e HD-DVD foi superado pelo armazenamento na Web. A mim me parece que a briga entre os dois padrões hoje não é mais tanto quanto à forma de armazenamento, mas sim quanto à qualidade de imagem. No início, quando lançados, sim, era quanto ao armazenamento. Hoje, esta guerra evoluiu para onde deveria mesmo evoluir: um novo padrão de imagens de alta definição. Para chegarmos a esta conclusão, basta colocarmos quatro televisores, todos full HD ligados no mesmo filme. O primeiro, em DVD comum; o segundo em TV Digital full HD; o terceiro, em BlueRay e o quarto, em HD-DVD. Logo veremos que as duas últimas mídias são muito superiores que a TV Digital de alta definição.
Você deve estar se perguntando: o que a Google tem a ver com isso? Tudo.
Na medida em que esta tendência de se construirem micros sem gravadoras de mídia se tornar padrão (e quase tudo que a Apple lança vira padrão), as demandas por storage na web vão se elevar. É neste contexto que entraria o sempre comentado e nunca lançado GDrive.
Atualmente, poucas empresas de Internet fornecem serviços de armazenamento para clientes domésticos, entre elas a Amazon, com o seu Amazon 3 (pago), a Microsoft, com o Live SkyDrive (1 Gb gratuitos, mas disponíveis apenas na América do Norte) e AOL, com o seu XDrive (5 Gb gratuitos).
Eu não tenho dúvidas de que a Google já possui tecnologia e infraestrutura para lançar o GDrive. O sistema, provavelmente, já está pronto e testado. Se não o disponibilizou, talvez seja porque este tipo de serviço seja de difícil remuneração, por se tratar, por sua própria natureza, de um arquivo morto, no qual o usuário gastaria muito espaço e acessaria poucas vezes, logo, buscando poucos anúncios. Ademais, a cobrança por espaço na Internet poderia gerar em seus clientes um efeito negativo à imagem da empresa.
Entretanto, os custos de armazenamento estão caindo a cada dia. Em se gerando a demanda, em função do surgimento de um padrão de hardware sem gravadores de mídia, acredito que o lançamento do GDrive seria inevitável.
É esperar para ver.
13 comments
O problema não é só armazenamento, mas também conexão… imagina a quantidade infinita d downloads e uploads por segundo num sistema desses?? E apesar de tudo, ainda é meio caro (no nivel que um Gdrive exigiria)…
E uma correção: tem duas terceiras TVs??
Adrive.com
Uma correção:
“o terceiro, em BlueRay e o terceiro, em HD-DVD”
Não seria: e o quarto, em HD-DVD
Abraços.
Valeu Guido! Corrigi no post do Rômulo…
Uma pequena correção aí: o SkyDrive atualmente permite 1GB de espaço.
Léo,
Velocidade de conexão eu acho que a Google possui. Esta é uma de suas vantagens competitivas. Quem teria dificuldade seriam justamente os usuários e isto somente se fossem mandar grandes quantidades de dados de uma única vez.
Bom post, mas acho que, como você falou, o GDrive viraria algo como arquivo-morto, deposito e área de backups; em todos os casos, seria inviável para a Google mantê-lo com anuncios.
Acho que seria necessário aumento considerável nas velocidades de conexão para tornar o GDrive algo real e funcional.
Acho que velocidade não seria tanto a questão porque um serviço destes não seria pra armazenar filmes e arquivos com alguns gbs (a nao ser que fosse utilizado como um rapidshare da vida).
Eu tenho sentido uma falta de lançamentos por parte do Google. É só impressão?
Acompanho o blog sempre e, por exemplo:
– GDrive – Muito se falou e até hoje nada foi oficializado. O que temos é o GmailDrive, do viskoe.dl, excelente por sinal, apesar de sair fora do ar às vezes por atualizações do próprio Google na base de dados do Gmail.
– GPhone – Esse foi especulação geral no mundo todo. Mas, de paupável, o que temos é o Android, misto de comentários de sucesso e de fracasso.
– Novo Gmail – Onde está? Onde foi? Essa é a atualização que continuo esperando ansiosamente! Vejo os sites falando do “Gmail 2.0”. Mas cadê?
O Google parou?
Enquanto isso: O Yahoo lançou um e-mail que, apesar de super pesado, é super completo; lançou também o Messenger 9.0 for Vista (beta), que é um programa que dá uma aula pra MS sobre o que é um Messenger e o que é incluir novidades de verdade em um software; e a Microsoft continua fazendo o mais do mesmo, como sempre fez.
Espero que o Google não resolva seguir a linha de Redmond. Mas, que sinto falta de novidades reais para os usuários, eu sinto.
A propósito… Me lembrei aqui agora! Até para aumentar o espaço do Gmail, o Google esperou o Yahoo colocar espaço ilimitado e a Microsoft começar a expandir os Hotmails. Até o BOL agora tem 4 gb! Olha… Dava um bom debate! rs
Ivam,
É para ser evitado este marasmo da Google, que a concorrência é importante. Assim, acho que a união entre a Yahoo! e a Microsoft poderia sacudir a Google, em benefício dos consumidores.
E é por isso que aquele post do blog de alguns dias atrás está certo, Rômulo!
Ivan, o “novo” Gmail pode ser encontrado para quem usa a interface em Inglês. ;)
Rômulo, sobre o Live SkyDrive, não é só para os norte-americanos, pois uso normalmente aqui.
Abraços!
Willian,
Que bom que você voltou de suas férias!
Você poderia dar a dica para nós de como usar o Live SkyDrive. Eu tentei me cadastrar e não consegui.
Um grande abraço, amigo!