Eles já negaram isso oficialmente, mas parece que ninguém acreditou. Falou-se até na possibilidade de a Google adquirir a Linden Labs, proprietária do site Second Life. Mas nada disso ocorreu, até porque há vários analistas da indústria dizendo que a plataforma da Linden não se é adequada ao Google Earth. Isto porque, enquanto o Second Life é apenas um jogo em 3D, o Google Earth é uma plataforma com possibilidades de agregação de funcionalidades e escala muito maiores. Por esta razão, muitos não acreditam que o metaverso da Linden pudesse ser adquirido pela Google. Eu me filio a este grupo.
Apesar disso, não podemos deixar de ver a imensa potencialidade da ferramenta, com vistas a agregar um serviço de metaverso em suas entranhas (e o Google Skechup seria muito útil neste processo). Mais que isso, o Google Earth tem evidente capacidade de se tornar ele mesmo uma nova rede social e de comércio online. É o que tentaremos analisar aqui.
Quando lançado, em 2005, o Google Earth consistia apenas de um globo terrestre com imagens aéreas. Em vários pontos, ele era bastante inferior ao mesmo serviço já ofertado pela NASA, chamado NASA World Wind, mas com uma navegabilidade muito superior que aquele do Governo dos EEUU e com possibilidade de agregação de informação por parte dos usuários via Internet (no melhor dos espíritos da Web 2.0), havendo tomado um impulso enorme com a aquisição do Google Skechup e a disseminação em nível global da possibilidade dos usuários fazerem maquetes de prédios e até de cidades, dando textura ao mundo virtual. Hoje, noto até que o Google Earth pode estar agregando funcionalidades ou conteúdos do NASA World Wind, dentro do acordo de cooperação entre as duas instituições, que, inclusive, permitiu a criação da super-camada Google Sky.
Uma das características mais interessantes do Google Earth á a sua subdivisão em camadas e, agora, também em super-camadas ou ambientes (Google Earth e Google Sky).
Enquanto as super-camadas determinam a existência de um ambiente de trabalho específico, no caso, o nosso planeta ou todo o Universo, as camadas permitem com que, em cada um dos ambientes, o usuário possa buscar, visualizar ou adicionar conteúdos referentes a apenas um ou alguns temas de maior interesse naquele momento. Isto facilita muito a operação do software e confere a ele uma escalabilidade raramente vista por aí.
Dentro desta perspectiva, eu vejo o Google Earth como uma grande plataforma dedicada ao entretenimento e à educação no mundo, onde a agregação da mais diversa gama de conhecimentos humanos é até difícil de hoje ser totalmente imaginada, porque será construída ao longo dos anos. O que dificulta se uso para a educação é o fato de a maioria dos textos estarem em Inglês. Seria necessário que fossem todos traduzidos para a maioria dos idiomas do planeta. Trata-se de uma tarefa hercúlea, mas que pode ser realizada com a colaboração dos internautas.
Assim, tal como existe uma super-camada para o Planeta Terra e outra para o Universo, vejo com tranquilidade o surgimento, no futuro (curto, médio e longo prazos) das seguintes super-camadas em separado:
- Google Moon: com todas as informações sobre a conquista da Lua já existentes no site específico e outras mais, além de estudos astronômicos sobre o Satélite Natural da Terra, mas dentro da plataforma do Google Earth;
- Google Satélites Artificiais da Terra: com informações sobre todos os satélites já lançados pelo homem e também sobre naves espaciais;
- Google Mars: com informações sobre todos os estudos feitos sobre o Planeta Vermelho e as naves já enviadas a ele;
- Google Sistema Solar: super-camada especial sobre no nosso sistema planetário;
- Google Metaverso (ou qualquer outro nome mais comercial): este serviço poderia ser tanto uma super-camada de todo o serviço ou apenas uma camada da Terra.
- Google Jogos Eletrônicos (que também poderia ser uma super-camada do sistema ou uma camada da Terra ou do Metaverso): Os aviões do Google Earth talvez venham a ser muito importantes neste metaverso. Afinal, não devemos nos esquecer que a Google adquiriu a Adscape Media, que é uma empresa especializada em publicidade on-line. A indústria de jogos eletrônicos é mais rentável que a do cinema. A Google não ficará fora dela. Qual o aplicativo dela melhor se presta a jogos? O Google Earth.
Vislumbro também as seguintes camadas novas para a Terra:
- Meio ambiente
- Demografia e estatísticas (integrado com o software Trendalyzer, que também deverá ser integrado ao Google Presently)
- Metereologia
- Informações sobre serviços públicos (agregação de todas as informações prestadas por órgãos públicos em uma perspectiva geoposicionada)
- Bibliotecas (já estão sendo colocadas)
- A Terra ao Nível da Rua (semelhante ao serviço prestado no Google Maps)
- Comércio online
- Redes sociais geoposicionadas e segmentadas por área de interesse
- Roteiros de viagens
- Blogs, jornais e revistas online geoposicionados
- Educação à distância (integrado ao YouTube)
- Fatos históricos
- Cuidados com a saúde
- Informações econômicas geoposicionadas
- Buscas online
- Enciclopédias (não apenas a Wikipedia)
- Museus (geoposicionados e integrados com Panorâmio e YouTube) etc
Dentro desta gama de possibilidades, a criação de um metaverso e também de integração de redes sociais a esta ferramenta é apenas uma consequência natural. Pode não acontecer no curto ou médio prazos devido ao tempo necessário à construção de tantos aplicativos, mas, certamente, virá.
4 Comentários
Parabens pelo texto! Realmente faz pensar na grandiosidade do Google Earth e nas possibilidades de ramificações.
São os famosos tentaculos do Google
Jorge,
Muito obrigado pelo comentário.
Abraços,
Rômulo
Poxa! gostei do texto.
vc parece ser um visionário cibernético
Nossa, viajei total nesse post, caramba, concordo com você, com certeza, o futuro do Google Earth será muito promissor, será uma das melhores armas do Google, já que são quase infinitas as possibilidades de expansão no Earth.